sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Barack Obama: o primeiro grande negro dos muitos que os Estados Unidos conheceu

Engraçado perceber que os Estados Unidos, um país com grande histórico de racismo, acaba de empossar um presidente negro com 52,7% dos votos na eleição. Talvez, alguns não se lembrem de cara dessa característica do país, pois só pensam nos norte-americanos como aqueles branquelos ou, distintamente, aqueles negões dos times de basquete, mas e a grande diferença que existiu e/ou existe entre eles?Porque não nos vem à cabeça uma mistura populacional como no Brasil? E os filmes mais antigos que ressaltam as divergências entre as raças, os documentários que mostram até mesmos bairros e vidas separadas?

Há 44 anos, os EUA pareciam ser outra nação, nada similar a atual. A luta dos negros começou na década de 50 contra leis separatistas as quais não proibiam os negros de nada, mas o impediam de levar uma vida normal, pois havia escolas, empresas, hospitais e restaurantes especiais para negros (que de especiais não tinham nada). Os dois ícones iniciais dessa luta social são Rosa Parks e Charles Houston; ela se recusou a dar lugar a um branco no ônibus e ele provou, com um estudo científico, na Suprema Corte americana que escolas separadas prejudicavam o desenvolvimento das crianças as quais se sentiam rejeitadas. A partir daí as atitudes surgiram: durante mais de um ano nenhum negro andou de ônibus no Alabama; um grupo de estudantes freqüentou, por meses, a mesma lanchonete de brancos para poder ser atendido; Martin Luther King Jr. liderava a campanha pelos direitos civis; cobertura maior da imprensa nos protestos envolvendo negros.

Na década de 60 surge outro personagem de grande relevância: John F. Kennedy, que apesar de não ter cumprido a promessa de resolver o problema da segregação, foi o primeiro presidente americano a dar ouvidos para as questões segregacionistas e abordar assuntos como cotas e políticas públicas voltadas para essa classe excluída.

Em 1970, com Kennedy e Luther King mortos, inicia um radicalismo racial com grupos que vigiavam os abusos cometidos por policiais brancos contra negros, porém eles tinham a ideologia de igualdade alcançada por qualquer meio, nem que isso levasse a muitas mortes. Passada essa fase de terror, ainda nos anos 70, os negros começam a ganhar as rádios com algumas músicas e Shirley Chisholm se candidata à presidência (pela primeira vez uma negra)!

Com a chegada dos anos 80, o negro parece já ter o apoio da imprensa: a música é veiculada normalmente e passa a ser comum, principalmente, o hip-hop entre os jovens; um seriado mostrando o cotidiano de uma família negra de classe alta também passa a ser veiculado. As ideologias começam a ser quebradas aos poucos e uma nova visão se forma sob os negros. O mundo e os americanos brancos reconhecem, hoje, Bill Cosby, Michael Jackson, Michael Jordan, 50 Cent e etc.

Muitos desses fatores foram essências para a vitória de Barack Obama: pregar o direito civil como Luther King; ser jovem e com idéias inovadoras como Kennedy; chegar até os rappers e outros artistas em sua campanha; estar sempre acompanhado da esposa e das filhas mostrando uma família americana normal como no seriado. Obama não viveu nem participou dessas tantas manifestações e movimentos que lutavam por uma liberdade efetiva e por direitos da sua raça, mas foi por conta desses revolucionários que, hoje, ele é o presidente dos Estados Unidos da América. Será que ele dá conta de tanta responsabilidade?

“Rosa Parks sentou para Martin Luther King caminhar. Luther King caminhou para Obama correr. E Obama correu para que as próximas gerações possam voar.” Hit dos SMS nos EUA.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Fórum Social Mundial: mistura de cores, raças e etnias.

O Fórum Social mundial foi aberto por uma caminhada que levou em média 100 mil pessoas às ruas de Belém. Durante todo o trajeto era possível ver as mais diferentes manifestações e grupos de pessoas, cada um no seu estilo, com seu apelo social, mas todos chamando por um único objetivo em comum: PAZ.
Ao longo da semana, fui alguns dias na UFRA e na UFPA e digo que me surpreendi bastante, pois apesar de ter todo um conhecimento prévio sobre o fórum, não esperava tanta grandiosidade. Não eram só espaços de política e discussões, mas também de cultura e miscigenação de povos (que particularmente me chamam mais atenção).
Cada Nação queria falar de suas vivências, lutas e revoluções.
Outras queriam mostrar sua história pro mundo através de fotos que pareciam gritar por liberdade nos mínimos detalhes.

Por todos os lados via-se grupos conversando, discutindo, descobrindo uns aos outros.
Gente ensinando seus rituais e respeitando os alheios. Grandes diferenças lado a lado compartilhando um mesmo ambiente, sem dar muita importância para isso.
Outras horas tentando se entender, nem que fosse para comercializar.


Muitas cores,
Muita música,
Muito artesanato,
Muitas representações.



Em oficinas, pessoas desconhecidas juntavam-se em grupos para falar de comunicação e arte.Para produzir uma nova arte, juntos.


A UFRA foi cenário para manifestações organizadas que buscavam pregar sua ideologia.Enquanto outros só queriam simbolizar o fim da corrupção, do lixo, do dinheiro, dos mercados, da divisão classes, do capitalismo.

A UFRA não foi só um acampamento, foi bem mais que isso.
Foi o lugar onde se via os mais diversos estilos de vida
e hábitos.
Todos querendo expandir sua cultura para que novas pessoas tomassem conhecimento disso. Seja por cartazes,
painéis,

ou pinturas.
92 mil pessoas inscritas procurando direito, justiça, paz, igualdade e democracia.
Para melhorar o mundo para o futuro de nossas crianças, sejam elas índios
ou não.