terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Fórum Social Mundial: Eu visto essa camisa!

O Fórum Social Mundial (FSM) é um espaço aberto de um encontro diversificado que estimula o debate, a reflexão, a formulação de propostas, a troca de experiências e a articulação entre organizações e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um mundo melhor: solidário, democrático e justo.

O FSM evidencia a capacidade de mobilização que a sociedade pode adquirir quando se organiza a partir de novas formas de ação política, caracterizadas pela valorização da diversidade e da co-responsabilidade. Após o sucesso da primeira edição, uma Carta de Princípios foi criada com a finalidade de garantir a manutenção do Fórum Social Mundial como espaço e processo permanente para a busca e construção de alternativas ao neoliberalismo.

Depois de oito edições em diversos lugares do planeta, agora, o FSM chega a região norte do Brasil, mais especificamente em Belém (PA) para discutir as questões da Pan-Amazônia. Aos poucos fomos percebendo a movimentação e mobilização de entidades, instituições e governos para esse evento, presenciamos muitas mudanças e transformações nas últimas semanas, mas apesar disso, a grande maioria ainda não compreendeu do que se trata o Fórum. Muitos apenas criticam a falta de estrutura e comentam que as melhorias serão temporárias, mas o certo seria ajudar e incentivar a promoção de eventos desse nível.

Quando o Rio de Janeiro foi sede dos jogos Pan-Americanos, os cariocas e todos os brasileiros reclamaram e criticaram. No entanto, o evento se realizou sem grandes problemas, com muitos alojamentos e hotéis cheios, reforços na segurança e na saúde e muito trabalho voluntário. Com o fim dos jogos tudo voltou ao normal, nem todas melhorias se mantiveram e porque aqui seria diferente? O importante é conseguir uma tranqüilidade e equilíbrio durante essa semana de realização, não só para fazer bonito para quem vem de fora, mas para mostrar para própria população de que com um trabalho conjunto é possível melhorar.

Infelizmente ouvi esses dias de amigos e outras pessoas que o FSM seria só “cagada”, que não iriam participar porque não tinha função, não tinha a ver com seu curso na faculdade, não ganhariam certificado, estavam com preguiça ou que simplesmente não iriam. E ouvi coisas desse tipo é revoltante, é ver que de nada adianta os estudos e graduações, pois uma grande maioria continua ignorante.

Será que é tão difícil perceber o quanto esse fórum é importante? Não basta ser SOCIAL? Não basta ser MUNDIAL? É uma oportunidade única para participar de um evento tão grandioso, sem custos, sem esforços. Uma experiência de vida para aprofundar conhecimentos empíricos e científicos, uma oportunidade de descobertas, um contato com povos que vai muito além da linguagem chegando até um diferenciado estilo de vida.

Todos os dias estão chegando centenas de estrangeiros de todos os cantos do mundo, pessoas novas e velhas, pessoas importantes e comuns, tribos, grupos e etnias somente com o intuito de participar, discutir e debater. Enquanto isso, a população local fala com descaso e ironia. Será que tanta gente de outros países: governantes, políticos, jornalistas, jovens, líderes de movimentos sociais, ONGs viriam só a passeio e diversão?

Acho que está na hora de muita gente parar para pensar um pouco. Não quero que se inscrevam e que participem, mas apenas que pensem: Tanto falasse dos problemas sociais e culturais e quando um grupo se mobiliza para tentar resolvê-los, os outros retrucam que é uma bobagem. Quando não se faz nada para mudar o mundo é porque são egoístas e capitalistas, mas quando fazem é apenas politicagem?! Ora, faça-me o favor!

A Amazônia precisa ser muito mais do que um território nesse Fórum. A Amazônia precisa ser a grande protagonista mostrando seu povo, sua cultura, sua raça e sua luta.
Um outro mundo é possível...eu acredito, e você?

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Balanço de 2008

O meu ano foi maravilhoso, bem distinto da maravilha de 2007, mas mesmo assim maravilhoso! Foi um ano diferente. 2008 foi bem mais do que eu esperava.

Comecei o ano com a felicidade de algumas aprovações de vestibular, mas ainda na angustia de outros e no dia 29 uma, digamos assim, “derrota” confirmada da UEPA. Logo depois fui felicitada com a aprovação na UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, e o que mais eu podia querer?Fui chamada na Uepa, cursei e com pouco tempo descobri que área queria seguir: jornalismo. Em abril, consegui um estágio que com o tempo só me fez afirmar cada vez mais minha escolha pela paixão de ser jornalista.

Entrei num mundo que não esperava: faculdade. Onde presenciei inveja, brigas, guerrinhas e pouquíssimas amizades verdadeiras. Me decepcionei e fiquei triste, mas aprendi a lidar com esse novo mundo que me era exposto e da qual eu farei parte por um bom tempo agora.

Tive uma independência maior com meu trabalho, meu dinheiro, principalmente o fato de poder sair mais, bem mais... Sair todos os finais de semana e conhecer ambientes e pessoas novas, algumas boas e outras nem tanto. Mas quem se importa, nem eu não fui boa suficiente o ano inteiro, mesmo.

Me permiti um novo amor, melhor diria, uma paixão. Aprendi, e como aprendi, vivi coisas que não sairão da cabeça e falei e ouvi outras tantas das quais nem lembro mais. Reafirmei muitas das coisas que já sabia, mas me surpreendi com outras novas e mais ainda comigo, com a minha forma de lidar com certas situações e de como realmente consegui ser “egoísta” por uma boa causa. Como creio que, hoje, dificilmente serei feita de boba ou algo do gênero.

Fiz amizades maravilhosas, mais velhas e mais novas, de todos os gêneros, números e graus. Entendi que realmente idade tem a ver com suas experiências de vida, por isso tem jovens tão cansados de tudo e adultos pulando em festas. Percebi que amizades velhas sempre são as mesmas amizades, não importa o que aconteça, afinal a amizade é só um amor que perdura por todo sempre.

Nos últimos dias vi uma realidade muito além ou aquém da minha, nada de festas, roupas, brilhos, mas muita pobreza e humildade. E por mais incrível que me parecesse havia muita felicidade no meio disso tudo. Dá uma agonia terrível de pensar que são apenas crianças e que deveriam ser todas iguais, mas não são e a gente não pode fazer muita coisa para que isso mude.

Comecei a entender que posso ser o orgulho de alguém, mas essa pessoa não precisa encher minha bola falando isso. Até porque deve ter medo de que isso me faça sentir superior demais e pare por aí.

Descobri que tudo que eu mais quero é ser independente e livre. Livre de todos e de tudo, mas infelizmente ainda não consigo me libertar materialmente.

Posso dizer que em 2008 comecei a ser mulher de verdade, com princípios e ideologias, com a ingenuidade de uma menina, sim, mas com muitos valores morais rígidos.
Eu espero que 2009 seja simplesmente muito mais do que tudo isso!