quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O pequeno príncipe



Acabei de ler O Pequeno Príncipe e adorei! Muitas pessoas já tinham me falado que era uma bela história e realmente recomendo, mas espero que todos percebam além da superficilidade do texto. Percebam que é uma história para gente grande, para percebermos o quanto mudamos em prol de um mundo globalizado e capitalista como o homem de negócios, como nos deixamos levar como o bêbado, como nos acostumamos com a rotina como o acendedor de lampiões, como somos egocêntricos, orgulhosos, vaidosos, "malvados".


Enquanto que o pequeno príncipe representa, não só a infância, mas a inocência, a esperança, o amor , a curiosidade de descobrir o mundo e fazê-lo melhor.



"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." E isso vai muito além de se sentir responsável por uma flor.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Enredo da vida

"Algumas pessoas nascem para se sentarem à beira do rio.
Algumas são atingidas por raios.
Algumas têm ouvido para a música.
Algumas são artistas.
Algumas nadam.
Algumas vivem de botões.
Algumas conhecem Shakespeare.
Algumas são mães.
E algumas pessoas dançam."

(Retirado do filme O curioso caso de Benjamin Button)


Todos nós temos uma específica função no mundo ou para o mundo e, pode ter certeza, passamos bastante tempo de nossas vidas tentando encontrar essas habilidades para satisfazer a nós mesmos.
E você, já se encontrou?
Qual o seu papel no enrredo da vida?

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Barack Obama: o primeiro grande negro dos muitos que os Estados Unidos conheceu

Engraçado perceber que os Estados Unidos, um país com grande histórico de racismo, acaba de empossar um presidente negro com 52,7% dos votos na eleição. Talvez, alguns não se lembrem de cara dessa característica do país, pois só pensam nos norte-americanos como aqueles branquelos ou, distintamente, aqueles negões dos times de basquete, mas e a grande diferença que existiu e/ou existe entre eles?Porque não nos vem à cabeça uma mistura populacional como no Brasil? E os filmes mais antigos que ressaltam as divergências entre as raças, os documentários que mostram até mesmos bairros e vidas separadas?

Há 44 anos, os EUA pareciam ser outra nação, nada similar a atual. A luta dos negros começou na década de 50 contra leis separatistas as quais não proibiam os negros de nada, mas o impediam de levar uma vida normal, pois havia escolas, empresas, hospitais e restaurantes especiais para negros (que de especiais não tinham nada). Os dois ícones iniciais dessa luta social são Rosa Parks e Charles Houston; ela se recusou a dar lugar a um branco no ônibus e ele provou, com um estudo científico, na Suprema Corte americana que escolas separadas prejudicavam o desenvolvimento das crianças as quais se sentiam rejeitadas. A partir daí as atitudes surgiram: durante mais de um ano nenhum negro andou de ônibus no Alabama; um grupo de estudantes freqüentou, por meses, a mesma lanchonete de brancos para poder ser atendido; Martin Luther King Jr. liderava a campanha pelos direitos civis; cobertura maior da imprensa nos protestos envolvendo negros.

Na década de 60 surge outro personagem de grande relevância: John F. Kennedy, que apesar de não ter cumprido a promessa de resolver o problema da segregação, foi o primeiro presidente americano a dar ouvidos para as questões segregacionistas e abordar assuntos como cotas e políticas públicas voltadas para essa classe excluída.

Em 1970, com Kennedy e Luther King mortos, inicia um radicalismo racial com grupos que vigiavam os abusos cometidos por policiais brancos contra negros, porém eles tinham a ideologia de igualdade alcançada por qualquer meio, nem que isso levasse a muitas mortes. Passada essa fase de terror, ainda nos anos 70, os negros começam a ganhar as rádios com algumas músicas e Shirley Chisholm se candidata à presidência (pela primeira vez uma negra)!

Com a chegada dos anos 80, o negro parece já ter o apoio da imprensa: a música é veiculada normalmente e passa a ser comum, principalmente, o hip-hop entre os jovens; um seriado mostrando o cotidiano de uma família negra de classe alta também passa a ser veiculado. As ideologias começam a ser quebradas aos poucos e uma nova visão se forma sob os negros. O mundo e os americanos brancos reconhecem, hoje, Bill Cosby, Michael Jackson, Michael Jordan, 50 Cent e etc.

Muitos desses fatores foram essências para a vitória de Barack Obama: pregar o direito civil como Luther King; ser jovem e com idéias inovadoras como Kennedy; chegar até os rappers e outros artistas em sua campanha; estar sempre acompanhado da esposa e das filhas mostrando uma família americana normal como no seriado. Obama não viveu nem participou dessas tantas manifestações e movimentos que lutavam por uma liberdade efetiva e por direitos da sua raça, mas foi por conta desses revolucionários que, hoje, ele é o presidente dos Estados Unidos da América. Será que ele dá conta de tanta responsabilidade?

“Rosa Parks sentou para Martin Luther King caminhar. Luther King caminhou para Obama correr. E Obama correu para que as próximas gerações possam voar.” Hit dos SMS nos EUA.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Fórum Social Mundial: mistura de cores, raças e etnias.

O Fórum Social mundial foi aberto por uma caminhada que levou em média 100 mil pessoas às ruas de Belém. Durante todo o trajeto era possível ver as mais diferentes manifestações e grupos de pessoas, cada um no seu estilo, com seu apelo social, mas todos chamando por um único objetivo em comum: PAZ.
Ao longo da semana, fui alguns dias na UFRA e na UFPA e digo que me surpreendi bastante, pois apesar de ter todo um conhecimento prévio sobre o fórum, não esperava tanta grandiosidade. Não eram só espaços de política e discussões, mas também de cultura e miscigenação de povos (que particularmente me chamam mais atenção).
Cada Nação queria falar de suas vivências, lutas e revoluções.
Outras queriam mostrar sua história pro mundo através de fotos que pareciam gritar por liberdade nos mínimos detalhes.

Por todos os lados via-se grupos conversando, discutindo, descobrindo uns aos outros.
Gente ensinando seus rituais e respeitando os alheios. Grandes diferenças lado a lado compartilhando um mesmo ambiente, sem dar muita importância para isso.
Outras horas tentando se entender, nem que fosse para comercializar.


Muitas cores,
Muita música,
Muito artesanato,
Muitas representações.



Em oficinas, pessoas desconhecidas juntavam-se em grupos para falar de comunicação e arte.Para produzir uma nova arte, juntos.


A UFRA foi cenário para manifestações organizadas que buscavam pregar sua ideologia.Enquanto outros só queriam simbolizar o fim da corrupção, do lixo, do dinheiro, dos mercados, da divisão classes, do capitalismo.

A UFRA não foi só um acampamento, foi bem mais que isso.
Foi o lugar onde se via os mais diversos estilos de vida
e hábitos.
Todos querendo expandir sua cultura para que novas pessoas tomassem conhecimento disso. Seja por cartazes,
painéis,

ou pinturas.
92 mil pessoas inscritas procurando direito, justiça, paz, igualdade e democracia.
Para melhorar o mundo para o futuro de nossas crianças, sejam elas índios
ou não.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Fórum Social Mundial: Eu visto essa camisa!

O Fórum Social Mundial (FSM) é um espaço aberto de um encontro diversificado que estimula o debate, a reflexão, a formulação de propostas, a troca de experiências e a articulação entre organizações e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um mundo melhor: solidário, democrático e justo.

O FSM evidencia a capacidade de mobilização que a sociedade pode adquirir quando se organiza a partir de novas formas de ação política, caracterizadas pela valorização da diversidade e da co-responsabilidade. Após o sucesso da primeira edição, uma Carta de Princípios foi criada com a finalidade de garantir a manutenção do Fórum Social Mundial como espaço e processo permanente para a busca e construção de alternativas ao neoliberalismo.

Depois de oito edições em diversos lugares do planeta, agora, o FSM chega a região norte do Brasil, mais especificamente em Belém (PA) para discutir as questões da Pan-Amazônia. Aos poucos fomos percebendo a movimentação e mobilização de entidades, instituições e governos para esse evento, presenciamos muitas mudanças e transformações nas últimas semanas, mas apesar disso, a grande maioria ainda não compreendeu do que se trata o Fórum. Muitos apenas criticam a falta de estrutura e comentam que as melhorias serão temporárias, mas o certo seria ajudar e incentivar a promoção de eventos desse nível.

Quando o Rio de Janeiro foi sede dos jogos Pan-Americanos, os cariocas e todos os brasileiros reclamaram e criticaram. No entanto, o evento se realizou sem grandes problemas, com muitos alojamentos e hotéis cheios, reforços na segurança e na saúde e muito trabalho voluntário. Com o fim dos jogos tudo voltou ao normal, nem todas melhorias se mantiveram e porque aqui seria diferente? O importante é conseguir uma tranqüilidade e equilíbrio durante essa semana de realização, não só para fazer bonito para quem vem de fora, mas para mostrar para própria população de que com um trabalho conjunto é possível melhorar.

Infelizmente ouvi esses dias de amigos e outras pessoas que o FSM seria só “cagada”, que não iriam participar porque não tinha função, não tinha a ver com seu curso na faculdade, não ganhariam certificado, estavam com preguiça ou que simplesmente não iriam. E ouvi coisas desse tipo é revoltante, é ver que de nada adianta os estudos e graduações, pois uma grande maioria continua ignorante.

Será que é tão difícil perceber o quanto esse fórum é importante? Não basta ser SOCIAL? Não basta ser MUNDIAL? É uma oportunidade única para participar de um evento tão grandioso, sem custos, sem esforços. Uma experiência de vida para aprofundar conhecimentos empíricos e científicos, uma oportunidade de descobertas, um contato com povos que vai muito além da linguagem chegando até um diferenciado estilo de vida.

Todos os dias estão chegando centenas de estrangeiros de todos os cantos do mundo, pessoas novas e velhas, pessoas importantes e comuns, tribos, grupos e etnias somente com o intuito de participar, discutir e debater. Enquanto isso, a população local fala com descaso e ironia. Será que tanta gente de outros países: governantes, políticos, jornalistas, jovens, líderes de movimentos sociais, ONGs viriam só a passeio e diversão?

Acho que está na hora de muita gente parar para pensar um pouco. Não quero que se inscrevam e que participem, mas apenas que pensem: Tanto falasse dos problemas sociais e culturais e quando um grupo se mobiliza para tentar resolvê-los, os outros retrucam que é uma bobagem. Quando não se faz nada para mudar o mundo é porque são egoístas e capitalistas, mas quando fazem é apenas politicagem?! Ora, faça-me o favor!

A Amazônia precisa ser muito mais do que um território nesse Fórum. A Amazônia precisa ser a grande protagonista mostrando seu povo, sua cultura, sua raça e sua luta.
Um outro mundo é possível...eu acredito, e você?

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Balanço de 2008

O meu ano foi maravilhoso, bem distinto da maravilha de 2007, mas mesmo assim maravilhoso! Foi um ano diferente. 2008 foi bem mais do que eu esperava.

Comecei o ano com a felicidade de algumas aprovações de vestibular, mas ainda na angustia de outros e no dia 29 uma, digamos assim, “derrota” confirmada da UEPA. Logo depois fui felicitada com a aprovação na UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, e o que mais eu podia querer?Fui chamada na Uepa, cursei e com pouco tempo descobri que área queria seguir: jornalismo. Em abril, consegui um estágio que com o tempo só me fez afirmar cada vez mais minha escolha pela paixão de ser jornalista.

Entrei num mundo que não esperava: faculdade. Onde presenciei inveja, brigas, guerrinhas e pouquíssimas amizades verdadeiras. Me decepcionei e fiquei triste, mas aprendi a lidar com esse novo mundo que me era exposto e da qual eu farei parte por um bom tempo agora.

Tive uma independência maior com meu trabalho, meu dinheiro, principalmente o fato de poder sair mais, bem mais... Sair todos os finais de semana e conhecer ambientes e pessoas novas, algumas boas e outras nem tanto. Mas quem se importa, nem eu não fui boa suficiente o ano inteiro, mesmo.

Me permiti um novo amor, melhor diria, uma paixão. Aprendi, e como aprendi, vivi coisas que não sairão da cabeça e falei e ouvi outras tantas das quais nem lembro mais. Reafirmei muitas das coisas que já sabia, mas me surpreendi com outras novas e mais ainda comigo, com a minha forma de lidar com certas situações e de como realmente consegui ser “egoísta” por uma boa causa. Como creio que, hoje, dificilmente serei feita de boba ou algo do gênero.

Fiz amizades maravilhosas, mais velhas e mais novas, de todos os gêneros, números e graus. Entendi que realmente idade tem a ver com suas experiências de vida, por isso tem jovens tão cansados de tudo e adultos pulando em festas. Percebi que amizades velhas sempre são as mesmas amizades, não importa o que aconteça, afinal a amizade é só um amor que perdura por todo sempre.

Nos últimos dias vi uma realidade muito além ou aquém da minha, nada de festas, roupas, brilhos, mas muita pobreza e humildade. E por mais incrível que me parecesse havia muita felicidade no meio disso tudo. Dá uma agonia terrível de pensar que são apenas crianças e que deveriam ser todas iguais, mas não são e a gente não pode fazer muita coisa para que isso mude.

Comecei a entender que posso ser o orgulho de alguém, mas essa pessoa não precisa encher minha bola falando isso. Até porque deve ter medo de que isso me faça sentir superior demais e pare por aí.

Descobri que tudo que eu mais quero é ser independente e livre. Livre de todos e de tudo, mas infelizmente ainda não consigo me libertar materialmente.

Posso dizer que em 2008 comecei a ser mulher de verdade, com princípios e ideologias, com a ingenuidade de uma menina, sim, mas com muitos valores morais rígidos.
Eu espero que 2009 seja simplesmente muito mais do que tudo isso!